O Espantalho Protetor

Na periferia de uma pequena cidade, havia um campo de abóboras muito especial. Era conhecido por ter as abóboras mais brilhantes e saborosas de toda a região. Mas, havia um segredo que poucas pessoas conheciam: todas as noites de Halloween, um espantalho antigo, que ficava parado no meio do campo, ganhava vida para proteger as abóboras.

Chamava-se Espiguito e, com o seu chapéu de palha torto e braços de madeira, parecia apenas um espantalho normal. Mas, quando o sol se punha e a lua cheia surgia no céu, os seus olhos de botão brilhavam e ele começava a mexer-se. Porque naquela noite, a cada ano, uma velha maldição tentava atacar o campo — a Maldição dos Zombies.

Este ano, porém, havia um perigo ainda maior. Um grupo de bruxas maléficas queria tomar o campo para usar as abóboras nas suas poções sombrias. Elas planearam invocar fantasmas, aranhas gigantes e um exército de esqueletos para assustar Espiguito e apoderar-se de todas as abóboras.

O que as bruxas não esperavam era que alguém estivesse a observar tudo. A pequena Clara, uma menina curiosa e corajosa, vivia numa casa ao lado do campo. Nessa noite, acordou com um barulho estranho e, espreitando pela janela, viu o espantalho a mexer-se! Não acreditou no que estava a ver. Sem pensar duas vezes, pegou numa lanterna de abóbora e correu para o campo.

“Tu estás... vivo?” — perguntou ela, com os olhos arregalados.

“Sim, sou o Espiguito,” — respondeu ele, ajeitando o seu chapéu. “E esta noite, preciso de ajuda. As bruxas estão a vir para roubar as abóboras!”

Clara, embora assustada, sentiu uma coragem crescer dentro de si. “Eu ajudo-te, Espiguito! Mas o que podemos fazer contra bruxas e esqueletos?”

“Precisamos de proteger o campo até o sol nascer,” — explicou Espiguito. “Mas se trabalhar em equipa, talvez consigamos enganá-los!”

Os dois começaram a preparar armadilhas pelo campo. Clara usou a sua lanterna para atrair as aranhas gigantes para uma poça de lama, onde ficaram presas e não conseguiam sair. Espiguito pendurou cordas mágicas entre as abóboras, que faziam os fantasmas dar voltas e mais voltas até ficarem tontos.

Mas o maior problema foi quando o exército de esqueletos apareceu. Eles vinham marchando, fazendo um barulho terrível, com as suas ossadas a bater umas nas outras como tambores. À frente deles, as bruxas riam-se alto, agitando as suas varinhas.

“Estás rodeado, Espiguito!” — gritou a líder das bruxas, com os olhos a brilhar. “Dá-nos as abóboras ou vamos transformar-te num monte de palha!”

Clara olhou para o Espiguito e, num sussurro, disse: “Não te preocupes, tenho uma ideia!”

A menina pegou numa grande abóbora e começou a desenhar uma cara engraçada com um pedaço de carvão que tinha no bolso. Depois, colocou uma vela dentro e acendeu-a. A luz brilhou forte e a abóbora começou a parecer... assombrada!

“Aqui está!” — gritou ela, segurando a abóbora no ar. “O espírito do campo!”

As bruxas e os esqueletos pararam por um momento, confusos. O Espiguito, percebendo o plano, começou a falar com uma voz profunda e assustadora:

“Quem ousa pisar no meu campo? Saiam já daqui ou vou transformar-vos em pó de abóbora!”

Os esqueletos, que não eram muito inteligentes, começaram a tremer e a bater os dentes. As bruxas, furiosas, agitaram as varinhas, mas a luz da abóbora tornou-se tão forte que tiveram de cobrir os olhos.

“Não podemos ficar aqui!” — gritou a líder das bruxas. “Esta luz vai desfazer os nossos feitiços!”

E, num instante, as bruxas bateram em retirada, seguidas pelos esqueletos e pelas aranhas ainda cheias de lama. Espiguito e Clara ficaram sozinhos no campo, a olhar para as abóboras brilhantes e seguras.

“Conseguimos!” — disse Clara, saltando de alegria.

“Graças a ti, pequena corajosa!” — respondeu Espiguito, sorrindo. “Sem a tua ajuda, não teria conseguido proteger o campo.”

Quando o sol começou a nascer, Espiguito sentiu-se a ficar rígido novamente. Os primeiros raios de luz tocaram a sua palha e ele voltou a ser apenas um espantalho de braços abertos.

“Espiguito!” — chamou Clara, um pouco triste. “Vamos ver-nos outra vez?”

Os olhos de botão de Espiguito brilharam por um breve momento. “Claro que sim, Clara. No próximo Halloween, estarei aqui... e contarei com a ajuda da minha amiga corajosa.”

E, desde esse dia, Clara tornou-se a guardiã do campo durante o resto do ano, visitando o Espiguito sempre que podia e lembrando-se da noite em que enfrentaram juntos bruxas e esqueletos. E, quando o próximo Halloween chegava, Espiguito e Clara estavam prontos, como sempre, para proteger o campo das abóboras com amizade, coragem e muita diversão.

Lição: Com coragem e trabalho em equipa, até os desafios mais assustadores podem ser vencidos. E, às vezes, a amizade pode nascer nos momentos mais inesperados!

Vê o vídeo ABRACADABRA ➡️ https://youtu.be/afRO7M-fn30

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