O Baile das Almas Perdidas
Era uma vez um rapaz chamado Tomás, que adorava histórias de terror. Lendas de fantasmas, vampiros e bruxas enchiam-lhe a imaginação, mas a história que mais o fascinava era a do misterioso Baile das Almas Perdidas. Diziam que todos os anos, na noite de Halloween, as almas do cemitério mais antigo da cidade saíam das suas campas e dançavam até ao amanhecer. O problema? Só quem tivesse uma lanterna de abóbora encantada podia ver a entrada secreta e participar no baile.
Ninguém acreditava muito nesta história… exceto o Tomás. E naquele Halloween, algo incrível aconteceu. Ao vaguear pela floresta perto do cemitério, encontrou uma velha lanterna de abóbora caída no meio das folhas.
“Será possível?” — murmurou, ao acender a lanterna.
No mesmo instante, uma luz dourada brilhou e a lanterna flutuou no ar, guiando-o até ao cemitério. Quando chegou, uma pequena porta, escondida entre duas lápides, abriu-se magicamente.
“É a entrada para o Baile das Almas Perdidas!” — exclamou Tomás, o coração a bater de excitação.
Sem hesitar, entrou pela porta e, do outro lado, deparou-se com um salão enorme, cheio de luzes tremeluzentes e sombras que dançavam. Bruxas com vestidos brilhantes, vampiros de capa vermelha, esqueletos a dar piruetas e fantasmas a flutuar ao som de uma música hipnotizante.
“Bem-vindo ao Baile das Almas Perdidas!” — disse uma voz suave. Tomás virou-se e viu uma jovem bruxa de cabelos verdes e chapéu pontiagudo. “Sou a Morgana. És o primeiro humano a encontrar a nossa lanterna mágica em muitos, muitos anos.”
Tomás sorriu, encantado. “Posso dançar convosco?”
“Claro!” — respondeu Morgana. “Mas há uma coisa que deves saber… Quando o sino da meia-noite soar, se não tiveres a Poção de Regressar, vais transformar-te num esqueleto e ficar preso aqui até ao próximo Halloween.”
O sorriso de Tomás desapareceu. “E onde encontro essa poção?”
“Cada criatura aqui tem uma parte da poção. Tens de resolver os desafios deles para conseguires os ingredientes,” — disse Morgana, piscando-lhe o olho. “Não te preocupes, vou ajudar-te!”
O Primeiro Ingrediente: As Gotas de Riso do Vampiro
O primeiro desafio foi com um vampiro elegante, que rodopiava pelo salão com a sua capa vermelha a esvoaçar. Quando viu Tomás, parou e fez uma vénia.
“Para conseguires o meu ingrediente, precisas de me fazer rir,” — disse ele, com um ar sério.
Tomás pensou, pensou, e depois fez uma careta tão estranha, com os olhos cruzados e a língua de fora, que até os fantasmas pararam para olhar. O vampiro tentou manter-se sério, mas acabou por rebentar numa gargalhada tão alta que até as velas do salão tremeram.
“Hahaha! Muito bem!” — disse ele, a secar as lágrimas de riso. “Aqui tens a minha parte: Gotas de Riso.”
Tomás guardou as gotas num frasquinho e continuou.
O Segundo Ingrediente: O Pó de Sombra da Bruxa
O próximo desafio foi com uma bruxa muito velha, de nariz torto e riso rouco. Estava a mexer um caldeirão cheio de uma poção roxa que fazia bolhas.
“Queres o meu ingrediente? Então deves ser rápido!” — disse ela, atirando pequenas bolas de sombra para o ar. “Apanha três bolas antes que desapareçam!”
Tomás começou a correr, saltando e esticando-se para apanhar as sombras. A primeira escapou-lhe por pouco, mas conseguiu agarrar a segunda com a ponta dos dedos. Com um salto final, apanhou a terceira sombra e sorriu.
“Muito bem, rapazinho!” — disse a bruxa, impressionada. “Aqui tens: Pó de Sombra.”
Com as sombras seguras num pequeno saco, Tomás avançou para o próximo desafio.
O Terceiro Ingrediente: O Sorriso de um Fantasma Triste
Finalmente, Tomás encontrou um pequeno fantasma sentado num canto do salão. Parecia muito triste e nem sequer flutuava, apenas olhava para o chão.
“O que tens, fantasma?” — perguntou Tomás, ajoelhando-se ao seu lado.
“Estou triste porque nunca ninguém me convida para dançar,” — disse o fantasma, a fungar. “E todos dizem que não sou assustador o suficiente.”
Tomás olhou para o fantasma e sorriu. “Queres dançar comigo?”
O fantasma arregalou os olhos. “Queres mesmo?”
“Claro!” — respondeu Tomás, estendendo a mão.
Os dois começaram a dançar, devagarinho ao princípio, mas depois o fantasma começou a sorrir e a flutuar no ar, dando voltas e mais voltas, enquanto a sua tristeza desaparecia. Quando acabaram, o fantasma sorriu tanto que uma pequena luz dourada apareceu.
“Aqui tens, o meu ingrediente: um Sorriso de Fantasma,” — disse ele, oferecendo-lhe a luz brilhante.
A Poção de Regressar
Com os três ingredientes — as Gotas de Riso, o Pó de Sombra e o Sorriso de Fantasma —, Tomás correu até ao centro do salão, onde Morgana esperava junto a um pequeno caldeirão.
“Depressa! O sino está quase a tocar!” — disse ela, mexendo a poção com a sua varinha.
Tomás despejou cada ingrediente no caldeirão e, com um brilho mágico, a poção tornou-se prateada e borbulhante. Morgana entregou-lhe um pequeno frasco.
“Bebe, antes que seja tarde demais!”
Tomás bebeu a poção num gole e, mal o último sino da meia-noite tocou, sentiu-se a ser puxado de volta… e PUF! Estava novamente à entrada do cemitério, com a lanterna de abóbora na mão.
Suspirou de alívio e olhou para o céu. “Consegui! Não fiquei preso!”
Naquela noite, quando regressou a casa, sabia que tinha vivido uma aventura incrível. E, no próximo Halloween, talvez voltasse… quem sabe? Afinal, a verdadeira magia não está nas criaturas assustadoras, mas nas amizades que fazemos e nas histórias que criamos.
Lição: Coragem, amizade e um coração generoso são os verdadeiros ingredientes para superar qualquer desafio — mesmo no Baile das Almas Perdidas!
Vê o vídeo ABRACADABRA ➡️ https://youtu.be/afRO7M-fn30