A Maldição da Festa de Halloween

Na pequena vila de Mistério, todos os anos, na noite de Halloween, algo estranho acontecia. Quando o sino da igreja tocava pela última vez ao anoitecer, cada habitante — desde o padeiro ao carteiro, passando até pela professora e o dono da mercearia — se transformava em monstros assustadores! Vampiros, zombies, bruxas e fantasmas andavam pelas ruas até o sol nascer. Era uma verdadeira festa de monstros, mas ninguém conseguia divertir-se verdadeiramente, porque sabiam que estavam presos naquela forma horrível.

Diziam que tudo tinha começado há muitos, muitos anos, quando uma bruxa má lançou uma maldição sobre a vila. E o pior? Ninguém sabia como quebrá-la. Mas este ano, tudo ia mudar.

A pequena Emília, uma jovem aprendiz de magia de apenas oito anos, decidiu que era hora de acabar com a maldição. Vestia-se sempre com um pequeno chapéu de bruxa, uma capa roxa e levava consigo a sua varinha. Apesar de ainda ser uma aprendiz, tinha um coração corajoso e um desejo enorme de ajudar a sua vila.

Numa tarde de Halloween, antes que o sino tocasse, Emília correu para o sótão da biblioteca onde, escondido entre livros velhos e empoeirados, encontrou um mapa muito antigo. Nele, estavam desenhadas a vila, uma casa assombrada no topo de uma colina e um caldeirão marcado com uma cruz vermelha.

“É aqui que a poção original foi preparada!” — exclamou Emília, os olhos brilhando de esperança.

Mas ela não podia fazer isto sozinha. Precisava de ajuda. E é aqui que entra o seu companheiro, o Sr. Farpas, um gato preto falante que estava sempre por perto quando mais precisava.

“Emília, tens a certeza disto?” — perguntou o Sr. Farpas, enquanto se espreguiçava e ajeitava o pelo. “Se não quebrares a maldição antes do nascer do sol, também vais ficar presa como um monstro!”

“Se não tentar, ninguém vai ficar livre!” — respondeu Emília, decidida.

A Viagem à Casa Assombrada

Os dois amigos seguiram o mapa até à velha casa assombrada, que se erguia no topo da colina, com janelas partidas e uma torre inclinada que parecia quase tocar nas nuvens. Assim que atravessaram o portão enferrujado, a porta da casa abriu-se sozinha com um ranger assustador.

“Seja bem-vinda, Emília!” — disse uma voz profunda, que parecia ecoar por toda a casa.

Emília engoliu em seco, mas entrou com o Sr. Farpas ao seu lado. No centro do salão principal, estava uma mesa comprida, coberta de velas acesas e frascos coloridos. Uma figura encapuzada apareceu no fundo da sala. Era um espírito guardião, responsável por proteger a poção.

“Para quebrares a maldição, tens de resolver três enigmas e encontrar os ingredientes escondidos nesta casa,” — disse o espírito, apontando para três portas diferentes.

“Enigmas?” — perguntou o Sr. Farpas, com um miado hesitante. “O que acontece se errarmos?”

“Os ingredientes desaparecem e a maldição continuará,” — respondeu o espírito calmamente.

“Não vamos falhar,” — disse Emília, confiante. “Vamos começar!”

O Primeiro Enigma: A Sala das Aranhas

Ao entrarem na primeira sala, Emília e o Sr. Farpas viram teias de aranha gigantes penduradas no teto. No meio da sala, uma aranha grande e peluda estava a tricotar um cachecol com fios de prata.

“Olá, pequenina,” — disse a aranha, com um sorriso. “Se queres o meu ingrediente, deves responder: O que se quebra quando se diz o nome?”

Emília pensou, pensou… e depois lembrou-se!

“O silêncio!” — exclamou.

A aranha bateu palmas com as suas patas peludas. “Muito bem! Aqui está a minha seda mágica!” — e entregou-lhes um fio prateado brilhante.

O Segundo Enigma: A Cozinha dos Fantasmas

A segunda sala era uma cozinha coberta de farinha e panelas que dançavam no ar. Um pequeno fantasma de avental mexia uma sopa num caldeirão.

“Para conseguires o meu ingrediente, tens de resolver este enigma,” — disse ele, com um sorriso travesso. “O que é que tem uma cabeça, mas não pensa, e tem pés, mas não anda?”

Emília franziu a testa. Cabeça, mas não pensa… pés, mas não anda… e então, deu um salto!

“Uma cama!” — gritou ela.

“Certo!” — disse o fantasma, a bater palmas. “Aqui tens: uma pitada de pó de sono!”

Com o pó guardado no seu saco, Emília e o Sr. Farpas avançaram para o último desafio.

O Terceiro Enigma: A Biblioteca do Vampiro

Na terceira sala, viram um vampiro elegante, com um casaco de veludo e óculos na ponta do nariz, a ler um livro enorme.

“Para obteres o meu ingrediente, deves resolver este enigma,” — disse ele, fechando o livro com um estalo. “O que sobe e desce sem sair do lugar?”

Emília pensou intensamente… Era difícil, mas de repente lembrou-se!

“É um termómetro!” — exclamou.

O vampiro riu-se. “Muito bem, pequena bruxa. Aqui tens: um frasco de essência de nevoeiro.” E entregou-lhe o último ingrediente.

A Poção para Quebrar a Maldição

Com os três ingredientes — a Seda Mágica, o Pó de Sono e a Essência de Nevoeiro —, Emília e o Sr. Farpas correram de volta ao salão principal, onde o caldeirão original ainda se encontrava.

“Agora, mistura tudo e recita a fórmula!” — disse o Sr. Farpas.

Emília mexeu cuidadosamente o caldeirão e, com um brilho de luz, recitou:

“Com seda de aranha e pó de dormir,
Essência de nevoeiro para a maldição sumir.
Liberta a vila da sua transformação,
E que voltem ao normal antes do nascer do sol!”

De repente, um clarão iluminou toda a casa. Emília sentiu-se a ser empurrada para fora, e quando abriu os olhos, estava de novo na praça da vila… mas algo estava diferente. As pessoas começavam a voltar ao normal! A professora deixou de ser um fantasma, o padeiro transformou-se de novo num humano e até o carteiro zombie recuperou a sua bicicleta!

“Conseguiste, Emília!” — miou o Sr. Farpas, a saltar de alegria.

Toda a vila festejou e, pela primeira vez em muitos anos, o Halloween foi uma noite de celebração alegre e mágica, sem monstros, apenas amigos e vizinhos a divertir-se juntos.

Lição: Com coragem, determinação e a ajuda de bons amigos, conseguimos enfrentar qualquer desafio, por mais assustador que pareça!

Vê o vídeo ABRACADABRA ➡️ https://youtu.be/afRO7M-fn30

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