O Guardião da Lanterna de Abóbora

Era uma vez uma pequena aldeia situada no vale de um bosque escuro, onde, todos os anos, na noite de Halloween, uma lanterna de abóbora gigante brilhava no topo de uma colina. A sua luz laranja e suave iluminava toda a aldeia e afastava os espíritos malignos que vagueavam pela floresta. O segredo da sua magia? Um guardião corajoso que mantinha a lanterna acesa.

Mas este ano, algo terrível aconteceu. Na noite de Halloween, quando os habitantes da aldeia olharam para a colina, perceberam que a lanterna de abóbora não estava acesa! O guardião desaparecera, e sem ele, a aldeia estava em perigo.

Havia, no entanto, um rapazinho chamado Lucas, que adorava histórias de monstros e aventuras. Naquela noite, Lucas tinha decidido vestir-se com a sua fantasia de esqueleto, com uma máscara sorridente e um fato coberto de ossos que brilhavam no escuro. Quando viu que a lanterna estava apagada, soube que algo estava errado e sentiu um arrepio de coragem a percorrer-lhe o corpo.

“Se ninguém fizer nada, os espíritos vão invadir a nossa aldeia!” — disse Lucas para si mesmo. “Eu não posso deixar isso acontecer. Vou encontrar o guardião e trazer a luz de volta!”

Sem perder tempo, Lucas pegou numa pequena lanterna de abóbora que tinha feito com as próprias mãos e começou a subir a colina. A lua cheia iluminava o caminho, e os galhos das árvores pareciam braços a acenar. Mas Lucas não se deixou assustar.

O Cemitério dos Fantasmas

Quando chegou ao cemitério no topo da colina, a neblina era tão espessa que mal conseguia ver os pés. De repente, uma figura translúcida apareceu à sua frente — um fantasma a flutuar, com um ar curioso.

“Onde pensas que vais, pequeno esqueleto?” — perguntou o fantasma, com um sorriso. “Este cemitério é o meu lar.”

“Tenho de passar para encontrar o guardião da lanterna de abóbora. A nossa aldeia está em perigo!” — disse Lucas, com determinação.

O fantasma olhou-o com olhos brilhantes e disse: “Eu deixo-te passar, mas só se me responderes a esta pergunta: O que é que tem olhos, mas não vê?”

Lucas pensou e pensou, e de repente, lembrou-se de algo que a sua avó dizia quando cortava batatas para o jantar.

“Uma agulha! Ou... uma batata!” — exclamou ele.

O fantasma riu-se e abriu caminho. “Muito bem, esqueleto corajoso. Podes passar. Boa sorte!”

Lucas atravessou o cemitério, sentindo-se mais confiante. Mas ainda tinha um longo caminho pela frente.

O Espantalho da Entrada para o Mundo das Trevas

Ao sair do cemitério, Lucas encontrou uma grande porta de ferro que dava para o Mundo das Trevas, o lugar onde viviam todas as criaturas sombrias. Em frente à porta, um espantalho alto e esguio, com um chapéu torto e braços de palha, bloqueava o caminho.

“Quem ousa aproximar-se do Reino das Trevas?” — perguntou o espantalho, movendo a cabeça de abóbora.

“Sou o Lucas, e estou a tentar encontrar o guardião da lanterna de abóbora! Deixa-me passar!” — disse ele, sem hesitar.

“Ah, mas para passares por mim, tens de provar que és mais rápido do que o vento!” — disse o espantalho. “Achas que consegues apanhar um dos meus corvos?”

Lucas olhou para cima e viu três corvos a voar em círculos. Cada um tinha uma pena de cor diferente: vermelho, azul e dourado. Respirou fundo e, com um salto, tentou apanhar o corvo azul... mas ele voou ainda mais alto! Tentou o vermelho, mas este era rápido como uma flecha!

“Vou tentar o dourado!” — disse para si mesmo, e com um movimento rápido, saltou e agarrou uma das penas do corvo dourado.

“Conseguiste!” — exclamou o espantalho, impressionado. “Podes passar. Boa sorte!”

Lucas abriu a grande porta de ferro e entrou no Reino das Trevas.

O Covil da Bruxa

Do outro lado da porta, encontrou uma floresta negra, cheia de árvores retorcidas e sombras que se moviam sozinhas. No centro da clareira, uma bruxa com cabelo branco e comprido estava sentada junto a um caldeirão, a mexer uma poção verde que soltava fumos brilhantes.

“Estava à tua espera, pequeno esqueleto,” — disse a bruxa, sem olhar para ele. “Vens buscar o guardião, não é?”

“Sim! Onde é que ele está?” — perguntou Lucas, avançando com cuidado.

“Transformei-o numa pequena chama e prendi-o dentro desta lanterna,” — disse ela, apontando para uma lanterna apagada junto ao caldeirão. “Mas se o queres libertar, tens de resolver o meu último enigma: O que é que nunca se cansa, nunca se mexe, mas continua sempre a correr?”

Lucas pensou muito. Algo que nunca se cansa, nunca se mexe, mas continua a correr… E de repente, lembrou-se!

“É o tempo!” — disse ele.

A bruxa parou de mexer a poção e sorriu. “Muito bem. És mais esperto do que pareces, pequeno esqueleto.” Com um movimento da mão, a lanterna acendeu-se e uma pequena chama dançante apareceu dentro dela.

“Leva-a para o topo da colina e coloca-a no lugar da Lanterna de Abóbora gigante,” — disse a bruxa. “Só então a aldeia estará segura.”

O Regresso da Luz

Lucas pegou cuidadosamente na lanterna e correu de volta pelo cemitério, passou pelo espantalho e chegou ao topo da colina. No pedestal vazio, colocou a lanterna com a chama do guardião. No mesmo instante, a lanterna de abóbora gigante acendeu-se, iluminando toda a aldeia com uma luz quente e acolhedora.

Os habitantes, que já começavam a transformar-se em monstros, voltaram ao normal, e a aldeia inteira encheu-se de aplausos e sorrisos.

“Conseguimos!” — disse Lucas, exausto mas feliz.

Do topo da colina, o guardião, agora livre e a brilhar como uma chama forte e segura, acenou-lhe.

“Obrigado, Lucas! Foste corajoso e inteligente. A partir de hoje, serás sempre lembrado como o herói da nossa aldeia!”

E assim, todos os anos, na noite de Halloween, a aldeia não celebrava apenas a luz da Lanterna de Abóbora, mas também a coragem de um pequeno esqueleto chamado Lucas, que, com coragem e determinação, salvou todos de uma noite de escuridão eterna.

Lição: A coragem e a inteligência são as nossas melhores ferramentas para enfrentar os maiores desafios, e até os mais pequenos podem ser grandes heróis!

Vê o vídeo ABRACADABRA ➡️ https://youtu.be/afRO7M-fn30

Anterior
Anterior

A Aventura do Zé na Sala de Aula

Próximo
Próximo

A Maldição da Festa de Halloween