Valentim, o Vampiro Valente
Era uma vez um jovem vampiro chamado Valentim, que vivia escondido numa caverna escura perto do cemitério. Mas o Valentim não era um vampiro qualquer… ele era muito tímido e medroso! Enquanto os outros vampiros voavam pela noite e davam sustos em todo o lado, o Valentim preferia ficar quietinho, a tremer de medo dos barulhos da floresta.
A razão para tanto medo era a Bruxa Malvina, que vivia no castelo lá no alto da colina. A Malvina era conhecida por ser muito má e adorava transformar criaturas em coisas esquisitas: um dia transformou um lobo num coelho cor-de-rosa, e até fez uma aranha gigante virar um chupa-chupa! O pobre Valentim morria de medo de ser o próximo a ser transformado numa almofada fofinha ou, pior, numa melancia com asas!
Por isso, ele nunca saía da sua caverna. Mas um dia, enquanto mexia num velho caldeirão poeirento que encontrou num canto, o Valentim viu um pequeno frasco escondido lá dentro. No rótulo, estava escrito:
“Poção da Coragem — Bebe-me e sentirás que és o vampiro mais corajoso do mundo!”
Valentim olhou para o frasco, desconfiado. Mas depois pensou nos seus amigos: o Lobinho Hugo, o Morcego Manel e a Fadinha Flor, que tinham desaparecido há pouco tempo. Ele tinha quase a certeza de que a Bruxa Malvina os tinha transformado em qualquer coisa… talvez em almofadas dançantes!
Então, com as mãos a tremer, abriu o frasco e bebeu a poção de um só gole. Sentiu um calorzinho a espalhar-se pelo corpo e, de repente, PUF! Valentim deu um salto e gritou:
— “Eu… eu sou o Vampiro Valentim, o mais valente de todos! E vou enfrentar a Bruxa Malvina!”
A Aventura Começa!
Valentim saiu da caverna e voou pelo céu estrelado até ao castelo da bruxa. Quando chegou, bateu à porta com toda a força e gritou:
— “Bruxa Malvina, sai daí! Estou aqui para salvar os meus amigos!”
A porta rangeu e abriu-se lentamente. A Bruxa Malvina apareceu, com um sorriso malvado.
— “Ora, ora… quem é este vampirinho atrevido? Não tens medo de mim?” — perguntou, rindo-se.
Mas o Valentim, sentindo a coragem a borbulhar, respondeu:
— “Não tenho medo nenhum! Quero os meus amigos de volta, já!”
A bruxa riu-se ainda mais e, com um estalar de dedos, apareceram três objetos muito estranhos: uma almofada que saltitava, um rato de peluche que rodopiava e… um balão a cantar! Valentim arregalou os olhos.
— “Oh não… Malvina, transforma-os de volta! Por favor!”
— “E se eu não quiser? Vais ter de ser mesmo muito corajoso para isso!” — respondeu a bruxa, agitando a varinha.
Mas de repente, Valentim sentiu um FRRR dentro do seu estômago. A coragem estava a desaparecer! A poção já não fazia efeito! Começou a sentir-se pequenino e medroso outra vez. “E agora?” pensou ele.
A Verdadeira Coragem
Mesmo a tremer, olhou para os amigos transformados e respirou fundo. “Não posso desistir agora. Eles precisam de mim!” Então, com uma voz baixinha, mas firme, disse:
— “Malvina… eu posso estar com medo, mas não vou deixar-te ficar com os meus amigos. Porque, mesmo com medo, a coragem verdadeira é continuar a lutar para proteger quem amamos.”
A bruxa parou e olhou para ele, surpresa. Ninguém nunca tinha falado assim com ela! Ninguém!
— “Oh… tu… tu realmente não vais desistir, pois não?” — perguntou, um bocadinho nervosa.
Valentim abanou a cabeça.
— “Não. Vou ficar aqui, mesmo que me transformes numa… numa… melancia com asas!”
A Bruxa Malvina pensou, pensou, e depois soltou um grande suspiro.
— “Oh, bolas! Está bem, está bem. Tens mesmo coragem! Não vou transformar-te numa melancia. Vais ter os teus amigos de volta.”
E com um toque suave da varinha, a almofada voltou a ser o Lobinho Hugo, o rato de peluche transformou-se no Morcego Manel e o balão a cantar tornou-se a Fadinha Flor.
— “Valentim!” — gritaram os amigos, a correr para ele.
A Bruxa Malvina olhou para eles e disse:
— “Vá, vão lá embora, mas lembrem-se: a coragem não é não ter medo. É fazer o que é certo, mesmo quando estamos a tremer dos pés à cabeça. És um vampiro corajoso, Valentim.”
De Volta a Casa
Valentim e os amigos voaram de volta para casa, todos a rir e a falar ao mesmo tempo. Quando chegaram à caverna, a Fadinha Flor olhou para ele e disse:
— “Valentim, foste mesmo corajoso! Como conseguiste?”
Valentim sorriu, meio envergonhado.
— “Acho que a verdadeira Poção da Coragem estava aqui dentro…” — e apontou para o seu coraçãozinho de vampiro.
E, a partir desse dia, o pequeno Valentim nunca mais teve medo de sair da sua caverna, porque sabia que, mesmo a tremer de medo, tinha a coragem verdadeira dentro de si.
FIM! 🧛♂️🌟
Vê o vídeo ABRACADABRA ➡️ https://youtu.be/afRO7M-fn30