O Teatro das Estrelas Brilhantes
Era uma vez um pequeno parque no centro da cidade, onde todas as noites as estrelas brilhavam de forma especial. Mas, naquela noite, algo mágico estava prestes a acontecer. O Parque dos Encantos ia receber o seu primeiro Teatro das Estrelas Brilhantes! As crianças da cidade estavam ansiosas, pois todas iam participar, e a plateia seria formada por ninguém menos que as estrelas, luas e cometas que moravam no céu.
No meio do parque, o palco estava decorado com cortinas brilhantes e luzes cintilantes. À volta, as cadeiras de madeira estavam dispostas para receber o público estelar. As crianças vestiam-se de personagens mágicas, prontas para contar uma história cheia de aventuras através da dança e da dramatização.
O Tito, um menino tímido que adorava observar as estrelas, foi escolhido para ser o Grande Cometa Veloz, um papel importante, mas que o deixava um bocadinho nervoso. "E se eu tropeçar? E se me esquecer dos meus movimentos?", pensava Tito. Ele sabia que os cometas eram rápidos e ágeis, e tinha medo de não conseguir ser tão bom como o verdadeiro Cometa Veloz que sempre via a brilhar no céu.
Ao lado de Tito, estava a sua amiga Lili, uma menina cheia de energia e sempre com um sorriso no rosto. Ela ia ser a Lua Sorridente, uma personagem que tinha de iluminar o palco com os seus movimentos suaves e graciosos. Lili adorava dançar e não via a hora de brilhar no palco.
O Rui e a Ana também faziam parte da peça. Rui ia ser uma Estrela Trapalhona que, como o nome indica, estava sempre a tropeçar e a fazer os outros rirem. A Ana, por outro lado, seria uma Estrela Guia, aquela que ajuda os outros a encontrar o caminho, com passos seguros e decididos.
A peça ia começar, e a voz do narrador ecoou pelo parque:
— Bem-vindos ao Teatro das Estrelas Brilhantes! Esta noite, as estrelas, luas e cometas vão dançar e contar a história da Viagem do Cometa Veloz!
As luzes apagaram-se, e Tito, com o coração aos pulos, deu o seu primeiro passo no palco. Ao início, sentiu-se um pouco inseguro, mas a plateia de estrelas começou a piscar de forma encorajadora, como se dissessem: "Tu consegues!"
A Lua Sorridente, Lili, entrou em cena com uma volta graciosa, iluminando tudo à sua volta com a sua dança leve como uma pluma. As estrelas do céu pareciam sorrir com ela, e a plateia vibrava com cada movimento.
De repente, apareceu o Rui, a Estrela Trapalhona. Como esperado, tropeçou logo à entrada, caiu de pernas para o ar e... todas as crianças e as estrelas começaram a rir! Até o próprio Rui não conseguiu segurar o riso e fez mais umas caretas engraçadas, transformando o momento num dos mais divertidos da noite.
Ana, a Estrela Guia, surgiu então para ajudar o Rui a levantar-se, guiando-o com passos calmos e seguros. A dança de Ana era cheia de confiança, e o público aplaudiu.
Mas quando chegou a vez do Tito, o Grande Cometa Veloz, algo inesperado aconteceu. Ao tentar fazer um grande salto, tropeçou numa pedra que estava no palco e... caiu! O coração de Tito disparou, e ele sentiu as lágrimas a quererem saltar. "Agora arruinei tudo!", pensou ele, deitado no chão.
Mas antes que pudesse ficar mais triste, Lili, a Lua Sorridente, apareceu a seu lado e deu-lhe a mão. Rui e Ana também se juntaram, e todos começaram a dançar à volta de Tito, como se aquilo fizesse parte da peça. "Vamos, Tito, o espetáculo continua!", disseram eles com sorrisos encorajadores.
Tito levantou-se, ainda com o coração acelerado, mas desta vez com um sorriso tímido no rosto. "Se os meus amigos acreditam em mim, eu também posso acreditar!" E, com isso, começou a correr pelo palco como um verdadeiro cometa, rápido, brilhante e cheio de energia. A plateia de estrelas piscou com força, e um grande aplauso ecoou no parque.
A peça terminou com todas as crianças a dançarem juntas, de mãos dadas, enquanto as estrelas do céu dançavam com elas, piscando ao ritmo da música. Tito já não tinha medo. Pelo contrário, sentia-se confiante e feliz, sabendo que, mesmo quando as coisas correm mal, com a ajuda dos amigos, tudo pode ser transformado em algo mágico.
No final, o narrador voltou a falar:
— E assim termina a Viagem do Cometa Veloz, uma história de coragem, amizade e a magia de acreditar em si mesmo!
As crianças despediram-se do público estelar com uma grande vénia, e as estrelas e cometas no céu continuaram a brilhar, satisfeitas com o espetáculo. Quando Tito olhou para cima, jurava ter visto o Cometa Veloz verdadeiro a fazer um piscar especial para ele, como se dissesse: "Bem feito, Tito! Hoje, foste um verdadeiro cometa!"
E assim, com muitas gargalhadas e aplausos, terminou a grande noite do Teatro das Estrelas Brilhantes, onde cada criança aprendeu que o mais importante é acreditar em si e nunca desistir, mesmo quando tropeçamos pelo caminho.
Moral da história:
A amizade e o apoio dos outros ajudam-nos a ultrapassar os nossos medos e a acreditar em nós mesmos.