O Planeta dos Pequenos Exploradores

Era uma vez, numa pequena cidade chamada Vila Alegre, quatro amigos inseparáveis: a Matilde, o Tomás, a Leonor e o Duarte. Estes quatro miúdos adoravam brincar juntos no parque perto de suas casas, imaginando aventuras fantásticas.

Numa tarde de sábado, enquanto brincavam às escondidas, o Tomás tropeçou numa pedra estranha que brilhava com todas as cores do arco-íris.

"Olhem só para isto!", exclamou ele, mostrando aos amigos.

Mal tocaram na pedra, uma luz intensa envolveu-os e, num piscar de olhos, os quatro amigos viram-se transportados para um lugar completamente diferente!

"Onde é que estamos?", perguntou a Leonor, olhando à sua volta com os olhos arregalados.

Estavam num planeta cheio de cores vivas, com árvores de algodão doce e rios de sumo de laranja. Mas o mais estranho eram os habitantes: criaturas fofas e peludas, que pareciam bolas de pelo com olhos grandes e brilhantes.

"Bem-vindos ao Planeta Faz-Tudo!", disse uma voz vinda de lado nenhum. "Sou o Guardião deste planeta e preciso da vossa ajuda!"

Os amigos entreolharam-se, confusos mas entusiasmados.

"Ajuda? Que tipo de ajuda?", perguntou o Duarte.

O Guardião explicou que os habitantes do planeta, chamados Peludinhos, não sabiam fazer nada sozinhos. Não conseguiam vestir-se, lavar as mãos ou arrumar os seus brinquedos. Estavam sempre à espera que alguém fizesse tudo por eles.

"Conseguem ensinar os Peludinhos a serem mais independentes?", pediu o Guardião.

Os quatro amigos aceitaram o desafio com alegria. Afinal, adoravam ajudar!

Começaram com algo simples: ensinar os Peludinhos a vestirem-se. A Matilde, que era muito paciente, mostrou a um Peludinho roxo como enfiar os braços pelas mangas da camisola.

"Vês? É fácil!", disse ela, sorrindo. "Agora tenta tu!"

O Peludinho roxo tentou, mas acabou por enfiar a cabeça numa manga. Todos se riram, até o próprio Peludinho!

"Não faz mal", disse a Matilde, rindo. "Vamos tentar outra vez!"

Enquanto isso, o Tomás ensinava outro grupo de Peludinhos a lavar as mãos. Criou uma música divertida para tornar a tarefa mais animada:

"Esfrega, esfrega, faz espuma, Lava entre os dedos, não deixes nenhuma! Molha, ensaboa e passa por água, Mãos limpinhas, que grande façanha!"

Os Peludinhos adoraram a canção e logo estavam todos a cantar e a lavar as mãos alegremente.

A Leonor, por sua vez, mostrava como arrumar os brinquedos. Transformou a tarefa num jogo, desafiando os Peludinhos a ver quem conseguia arrumar mais depressa.

"Quem arrumar primeiro, ganha um abraço!", anunciou ela.

Num instante, os Peludinhos estavam a correr de um lado para o outro, guardando os brinquedos nos seus devidos lugares.

O Duarte teve uma ideia brilhante para ensinar os Peludinhos a fazerem as suas camas. Construiu um circuito de obstáculos onde os Peludinhos tinham de saltar, rastejar e correr, acabando por esticar um lençol numa cama gigante.

"É como fazer ginástica!", exclamou um Peludinho verde, rindo enquanto saltava para alisar o lençol.

À medida que o dia avançava, os Peludinhos foram aprendendo cada vez mais. Já conseguiam apertar os sapatos, pentear o pelo e até preparar sanduíches simples para o lanche!

No final do dia, o planeta estava irreconhecível. Os Peludinhos corriam de um lado para o outro, orgulhosos das suas novas habilidades.

"Olhem só!", gritou um Peludinho azul. "Consegui vestir-me sozinho!"

"E eu lavei as mãos sem ajuda!", exclamou outro, mostrando as patinhas limpas.

O Guardião apareceu, com um sorriso radiante. "Muito obrigado, pequenos exploradores! Graças a vocês, os Peludinhos aprenderam a importância de serem independentes."

Os quatro amigos sentiram-se muito orgulhosos. Não só tinham ajudado os Peludinhos, como também tinham aprendido uma lição valiosa sobre a importância de fazer as coisas por si mesmos.

"Está na hora de voltarem para casa", disse o Guardião. "Mas antes, os Peludinhos têm uma surpresa para vocês!"

De repente, todos os Peludinhos se juntaram e formaram uma enorme nave espacial com os seus corpos peludos e coloridos!

"Uau!", exclamaram os quatro amigos em uníssono.

Subiram para a "nave" e, num piscar de olhos, estavam de volta ao parque em Vila Alegre.

"Que aventura incrível!", disse o Tomás, ainda a rir.

"Pois foi", concordou a Leonor. "E sabem que mais? Acho que também aprendi algumas coisas!"

"Eu também!", disseram a Matilde e o Duarte ao mesmo tempo.

Daquele dia em diante, os quatro amigos passaram a fazer mais coisas sozinhos. Vestiam-se, arrumavam os brinquedos e até ajudavam nas tarefas de casa sem que os pais precisassem de pedir.

E todas as noites, antes de dormir, sorriam ao lembrar-se dos seus amigos peludinhos no Planeta Faz-Tudo, sabendo que, graças a eles, tinham aprendido o verdadeiro valor da independência e da autonomia.

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